terça-feira, janeiro 15, 2008

Mundinho Pequeno...

Curitiba realmente é um mundinho.... todo mundo se conhece, e quem não se conhece, se cruza – e cruza informações!!!
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Tetê foi procurada por uma mulher. Uma mulher muuuuuito grande. Essa mulher muuuuuito grande buscava divulgação para uma artista. Amiga dela.
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O material era interessante, mas Tetê não se apaixonou. E se ela não se apaixona por um trabalho, é sinal de que não conseguirá dar tudo de si para fazer a coisa ter sucesso. Mas a mulher muuuuuito grande tinha um papo agradável – e como o trabalho realmente não tinha nada de ruim – Tetê não fez questão de acabar a reunião abruptamente, como sempre faz em casos de trabalhos que não vai representar.
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Até que no final do papo, a mulher muuuuuito grande levantou e se despediu, não antes de lamentar o não fechamento do negócio e informar que:
- Até tem um cara aí que tentou divulgar o trabalho da minha amiga. O problema é que o cara dá em cima dela, e, para ser sincera, ela é minha namorada. E ela já me confessou que andou dando umas voltinhas com ele.
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Até aí, nenhum problema. Mas ela fez questão de contar para Tetê quem era o tal cara... e, obviamente, era ele....
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Pela primeira vez nos últimos três anos, Tetê não se sentiu mal com a alusão. Pelo contrário, olhou para a mulher muuuuuito grande e sentiu por ela uma súbita e sincera onda de solidariedade. Teve uma vontade imensa de dizer que ela não precisava se preocupar com nada, que aquilo passaria rapidamente, que tudo na vida dela voltaria ao normal muito em breve, que ela não precisava sofrer. Mas só conseguiu dizer que lamentava muito.
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Por outro lado, voltou a trabalhar com uma alegria imensa, e com a certeza de que estava curada. Nas últimas semanas andava saltitante, tinha voltado para velhos amigos e estava fazendo novos. Dormia tranqüilamente, se sentia amada e desejada pelo deus grego e era paparicada por ele com presentinhos, presentões, mensagens carinhosas, bombons, atenções, olhares, flores, decisões. Estava conhecendo outros homens em lugares diferentes, levava cantadas diferentes, escuta elogios diferentes e felizes, vindos de onde menos esperava e com uma força que ela conhecia de outros carnavais. Aliás, tinha ganho do deus grego as passagens para o Carnaval no Rio. Tudo, absolutamente tudo estava voltando ao normal. Sem nada de esquisito, sem nada de trágico, sem nada de angustiante, sem nada de desníveis emocionais. Tetê tinha voltado! Mesmo que fosse para esse pequeno mundinho de Curitiba, de pequenininhas coincidências – que já não a incomodavam mais.

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