quinta-feira, janeiro 03, 2008

Exames médicos, maquiagem definitiva e modelitos específicos

Tetê resolveu começar o ano fazendo um checkup completo. Idades, aventuras, Jack Daniel's, cigarros e noitadas são uma mistura explosiva, afinal de contas.
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Procurou a ginecologista de anos e um clínico geral e saiu dos dois consultórios com toneladas de requisições de exames. Organizar e agendar todos foi um desafio para a super secretária de Tetê, pois ela se embananou inteira já no segundo laboratório. A maioria dos exames foi chato a beça, mas dentro dos parâmetros conhecidos. Tetê só não contava com duas situações hilárias de dois exames – cuidadosamente deixados por últimos da extensa lista...
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O desconfortável de sempre foi a tal teste ergométrico! Todos os anos Tetê enfrenta preconceitos homéricos com esse exame por um motivo muito simples: ela nunca teve um training ou um tênis. A história era sempre a mesma. Ela chegava com uma sainha de seda básica ou uma calça de linho larga e tentava fazer o exame descalça. Não houve um médico que não implicasse solenemente com os trajes de Tetê, mas este ano especificamente foi o pior de todos, pois o médico insistia que ela usasse, pelo menos, um avental. Ela se recusava e o médico insistia. Ela demonstrava que a saia não impedia seus movimentos (andava e pulava na frente dele), mas o médico queria o maldito avental. Ela negociava e ele se mostrava implacável. Até que ela se encheu de razão e perguntou se podia usar o celular dele para ligar para o advogado, ameaçando entrar com uma ação contra a atitude preconceituosíssima dele. Ele acabou convencido mas vingativo... nos últimos instantes colocou a esteira no máximo e Tetê quase saiu de lá com o maldito avental, desmaiada em cima de uma maca!
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Mas o pior ainda estava por vir! A tal "espirometria". Um tubo de ar que você tem que fazer subir e descer, inspirar e expirar até quase cair morta, absolutamente sem fôlego e sem forças para lutar contra a lei da gravidade.
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Tetê seguiu direitinho as instruções: não fumou duas horas antes do horário marcado, não tomou café, nem chá, nem coca-cola, nadinha. Sentiu o oxigênio entrando e o expulsava raivosamente enquanto o médico repetia abobado "mais força, mais força, mais força, mais força". Estava com tanta raiva no final, que quando o médico perguntou se ela estava bem, se tudo tinha dado certo e se ela tinha alguma coisa a dizer, a perguntar ou a sugerir, ela sugeriu mesmo:
- Olha aqui doutor, da próxima vez que uma mulher ligar agendando este maldito exame, vocês tem que dizer que, além de não fumar, não beber, não transar, rezar bastante, virar freira ecológica e chegar aqui com cara de retardada, ela tem que vir com rímel a prova d'água. O senhor por acaso acha lindo a gente lacrimejar durante meia hora com rímel comum? Se tiver coragem, me diz que eu não estou toda borrada!

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Entrou no banheiro e realmente... parecia que aquelas maquiagens delicadas de palhaço de circo ou das namoradas punks, funks, rocks, aternativas do ser esquisito haviam se instalado em seus olhos. O único conforto era saber que só seria humilhada daquela forma novamente no próximo ano!

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