terça-feira, maio 12, 2009

Contra? A favor? Ai, que saco!!!

Tetê já tinha dado a dica algumas vezes: quando está muito quieta, muito sumida, é sinal de que as coisas estão bem mais maravilhosas do que se poderia esperar, portanto... ela curte 24 horas por dia e não tem tempo para mais nada! Verdade seja dita: surfar ela não quer mais. Não até o próximo verão, quando a água voltar a ficar quentinha. Mas olhar seu surfista preferido saindo da água com aquelas roupas coladas... ah! Isso ela quer. E muito!!!

Incrível como este homem fica bem com aquelas roupas... e com terno... e com jeans... e com bermudas... incrível como este homem fica bem em qualquer momento, a qualquer tempo! Tetê ainda está atônita, pois a cada dia que passa o surfista consegue surpreendê-la com uma atenção diferente, uma lembrança, uma palavra, uma chegada surpresa no aeroporto ou umas flores enviadas a distância.

Mas hoje Tetê não quer falar do surfista (mentirinha, ela sempre quer...), e sim da polêmica sobre sexo virtual que se instaurou dentro do blog e fora dele. Além dos comentários expostos, há uma quantidade de e-mails impressionante sobre este sofrível incidente.

Então, primeiramente, vai a posição oficial: Tetê não é nem contra nem a favor do sexo virtual – esta só não é uma atividade que esteja presente em sua vida. Da mesma forma que Tetê não assiste jogos de futebol, Tetê não faz sexo virtual. Da mesma que não sente atração por almoçar em Santa Felicidade no domingo, Tetê não sente atração pelo sexo virtual. É só uma questão de gosto. Mesmo.

Tetê também não critica nem elogia os adeptos desta prática. Ou de qualquer outra. Quando se trata de sexo, Tetê acha que tudo é válido, desde que os envolvidos concordem e não encham o saco do próximo. Não é válido meeeeesmo tentar envolver outras pessoas que não tem nada em comum com a situação em questão, e que demonstram profunda insatisfação em receber e-mails com sacanagens indesejadas.

Não. Nem Tetê nem Kika acharam engraçadinho ter acesso a essas bobagens. As duas conhecem os envolvidos. Conviveram com o homem. Sabem quem é a mulher. E a mulher é o oposto delas.

Tetê e Kika são mulheres descoladas. Estão no mundo com ocupações profissionais descoladas. Têm amigos e amigas descoladas. Freqüentam lugares descolados. Usam roupas descoladas. Curtem atividades culturais descoladas. Fazem viagens descoladas. Moram em casas descoladas. E experimentam homens descolados (de carne e osso.... as vezes mais carne... as vezes mais osso... as vezes mais músculos... as vezes mais roupa de surfista...).

Se a mulher gosta do sexo virtual, bom pra ela. Se o cara gosta, bom pra ele. Se eles se acham o máximo dando umazinha no computador, bom pra eles. Se eles comem jiló depois que terminam, bom pra eles também. Mas reenviar a transa por e-mail para quem não faz parte deste mundo... aí também é demais, né? Ninguém merece!

Um dos e-mails que Tetê recebeu pergunta se quem enviou foi o cara mesmo ou se foi a mulher. Um comentário pergunta se quem enviou, enviou só para Tetê e para Kika, ou se enviou para um mailing. Bem... o remetente foi o cara. Se a mulher deu um jeito de reenviar se passando por ele, se foi ele mesmo que enviou para 8.877 pessoas ou só para umas poucas almas desavisadas, pavorosamente selecionadas... Tetê e Kika não sabem. Só sabem que no fundo, no fundo, sentiram peninha dela, da falta de imaginação que ronda o episódio e do nível de comentários que um fato como esse atraiu.

Quem acompanha Tetê desde o início deve ter percebido que esta foi a única vez em que opiniões histéricas e de nível questionável apareceram nos comentários. Parece que o teor dos e-mails trocados e divulgados pelo casal atrai palavreado, posicionamento e "excitação intelectual" (sic) similares.

Tetê espera, do fuuuuundo de seu coração surfista, que o estimado casal procure outros destinatários para suas mensagens "românticas" (sic) daqui por diante. Porque ela está ocupadíssima com um homem que em nada, absolutamente nada, é virtual!

domingo, abril 05, 2009

Wave

Tetê quando some... e por muito tempo... sempre é por uma boa causa!

Em primeiro lugar, ela está administrando duas empresas absurdamente diferentes uma da outra, e está tocando direitinho. Anda cansadona, mas feliz da vida.

Em segundo lugar, ela se entregou as ondas e mais ondas, aos braços do mar e do seu surfista, com o qual aprendeu coisas que até deus duvida. Agora ela já não cai de cima da prancha no primeiro segundo! Ela consegue se equilibrar direitinho e dá umas descidas mais ou menos. Mas de tanto cair, o amado resolveu dar um presentão para ela: uma prancha de bodyboard, onde ela pudesse ir deitada. O que é uma grande besteira, pois ir deitada ou em pé é difícil do mesmo jeito. O bom é que, deitada, a queda é sempre menor...

Interessantíssimo esse período saudável, de atividade física intensa, principalmente porque depois que Tetê parou de fumar, engordou 4 quilinhos bem babacas, que estão indo embora, finalmente! Os exercícios (leia-se "tombos"...) nas ondas foram fundamentais para esse decaimento radioativo de quilinhos indesejados. Ainda tem uma barriguinha meio sinistra, mas aqueles abomináveis abdominais darão conta dela, com certeza.

O verão passou... Tetê e seu surfista já reclamam um pouco da temperatura da água, e já experimentaram passar um final de semana na cidade, mais quentinhos e confortáveis. Ele é uma gracinha, e sem que ela precisasse dizer nada, desde a primeira vez em Curitiba ele fez questão de ficar em num hotel e levá-la junto, dizendo que não se sentiria à vontade ficando na casa dela. Ufa! Um homem com bom senso, finalmente!!! E que chegou coincidentemente com a decisão de Tetê de nunca mais dividir sua casa com homem algum!!!

Tetê está procurando um defeito no surfista. Principalmente agora que o verão acabou no Sul, e ele não achou tão ruim assim vir para este lado do país. Ela precisa urgentemente achar um defeito neste cara saudável, nesta vida saudável, nesta relação saudável. Todo o homem vem com defeito, este não será exceção. Por que, então, está tão difícil assim de achar?

Ele gosta do Beto, ele respeita o espaço dela. Ele dá presentes legais e é carinhoso. Ele não invade. Ele compartilha. Ele não tira nada dela, pelo contrário. Ele telefona diariamente, cada dia com um assunto diferente e divertido. Ele descobre as vontades dela. Ele satisfaz as vontades dela depois de descobri-las. Ele, ele, ele... bem, na verdade ele é tudo de bom e não tem nenhum defeito visível. Por que será então que Tetê tem mais medo de se afogar nele do que naquelas ondas enormes e furiosas?

Deve ser pela diversidade: ele parece vários homens em um. No dia em que deu a prancha, por exemplo, num pacote enorme e divertidamente colorido, amarrado com centenas de fitas do Bomfim, deu também um pacote menorzinho, enrolado numa única fita vermelha de cetim, numa caixa da Natan: um colar lindo de ouro, com argolas achatadas, que dá três voltas no pescoço. Não é pra ter medo de um homem assim? Se ele parece vários homens em um, quando decepcionar, vai valer por quantos???

Ah! E ele nem encheu o saco quando Tetê decidiu que para estrear a prancha de bobyboard, precisava usar o colar da Natan. Que outro homem entenderia uma situação como esta?

Ai. Por mais que seja ridículo, cair por cair, Tetê prefere continuar a cair da prancha...

quarta-feira, março 11, 2009

Woman bombing

Woman bombing é um misto de ciência e esporte radical que consiste em pegar uma mulher normal e ir enlouquecendo-a progressivamente, até que ela exploda.

Estas são sábias palavras de uma escritora fantástica - Luciana Pessanha – que publicou o livro Como montar uma mulher-bomba (Rocco, 112 págs.). Não... Tetê não ganha nada divulgando, não, e nem vai começar a fazer resenhas por aí. Muito menos conhece a autora ou qualquer personagem envolvido. Acontece que, no meio de tantos livros sobre o "universo feminino", esse trata de assuntos concretos!

Quem foi que nunca explodiu, afinal? Que atire a primeira granada! Porque a gente sabe que é impossível ficar quietinha diante de um impassível ser humano do gênero masculino, que acorda com o pé esquerdo em plena segunda-feira chuvosa e resolve nos "montar" em bombas ambulantes. Alguns destes seres tem tanta, mas tanta sorte, que a gente acaba explodindo segundos depois que eles batem a porta. Ou segundos depois que chegamos no escritório. Ou segundos depois de uma garçonete desastrada derrubar um copo de vinho na nossa camisa de seda favorita. Mas a explosão era realmente para ele, para aquele ser em particular, que utilizou todas as artimanhas para nos tirar do sério.

Tetê já teve algumas explosões memoráveis! A maioria delas é tão avassaladora que não adianta tentar juntar os pedaços depois: não sobram pedaços. Ela desconstrói moléculas como se fosse um sofisticado aparelho de ultrassom. Vestígios? Nem pensar. E ela avisa, sempre. Tetê sempre avisa o miserável que está chegando a hora, que ela está ficando cansadinha, que ele está idealizando uma cota de paciência inexistente, que quando o alarme vermelho acende já é o point of no return e outros avisinhos mais sutis...

Mas a última explosão de Tetê foi memorável meeeesmo, e o grande homem que estava na frente dela até hoje não consegue entender como foi que conseguiu acioná-la desta forma. Ele era inteligente, bonito, carinhoso, mas com alguns vícios emocionais terríveis tipo "medo de se envolver". Ai. Primeiramente... que saco isso! Coisa mais démodé, em todo o caso... vai! O coitado tem "medo de se envolver", o que significa que de uma hora para outra ele pode sumir. Tudo por causa do "medo...".

Mesmo sendo inteligente para algumas coisas, o rapaz era burrinho para outras. Passar e-mail, reenviar, responder a todos, pedir confirmação de leitura, era coisa que o pobrezinho não conseguia entender nem com o melhor dos desenhos coloridos cheios de chapeuzinhos vermelhos andando no bosque em busca da vovó enquanto foge do lobo por uma estrada afora cheia de florzinhas coloridas. Pois bem, esse rapaz pediu a Tetê que cuidasse da identidade visual dele porque queria um upgrade na sua carreira. Lá foi Tetê, né? Tão boazinha, a Tetê. Reuniu os melhores profissionais, encomendou textos institucionais, logomarca, sessões de fotos, cartões, adress books, sites, toda a comunicação do dito cujo, com o maior padrão de qualidade e com os profissionais mais descolados do mercado.

Um dia... o babaca (sim...., babaca)... escrevendo para uma amiga de São Paulo... talvez passando uma cantada... pede a ela exatamente o que pediu para Tetê. A amiga responde no mesmo e-mail que a comunicação visual dele realmente está muito ruim, cheinha de defeitinhos, de errinhos, de falhazinhas. E ele responde ao e-mail da nova amiga de São Paulo, dizendo que ela podia modificar o que quisesse, tinha carta branca. O problema é que o babaca (sim..., babaca) ao invés de mandar o e-mail para a nova amiguinha de São Paulo, errou (babaca sim, e burro ainda por cima) e mandou para a Tetê!!! Para a Tetezinha!

Tetê, calmamente (juro, juro mesmo que foi calmamente), avisou os profissionais envolvidos no processo de upgrade da comunicação do rapaz. Parou tudo. Mandou que todos entupissem a caixa postal do rapaz (babaca sim! Alguém duvida?) de boletos bancários beeeeem caros, com vencimentos imediatos. Ela já tinha avisado ao mercado que representaria o rapaz, "um ótimo profissional", ela dizia. Pois ela avisou o mercado que tudo não passava de um grande equívoco. Ligou para todos os amigos, contou para todos, com detalhes, que contavam para outros e outros, com mais detalhes. Amigos sempre aumentam o drama da gente, são uns anjinhos, não? Colocam a gente lá em cima, nos defendem, mostram-se indignados com a situação e mobilizam a opinião pública contra um pobre babaca...

E depois que achou o nível de destruição satisfatório, calmamente (podem acreditar), Tetê escreveu um longo e-mail para ele. E não errou o destinatário! Muito menos errou o alvo quando ele ligou para saber o que estava acontecendo... e esse rapaz babaca foi o responsável por uma situação incrível na vida de Tetê: ele a fez inaugurar as explosões múltiplas – e não foi por prazer, não. Ele é tão, tão, mas tão babaca, que até hoje não entende como Tetê ficou sabendo de tudo. E cada vez que pergunta... ganha um novo BUUUUUUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMM!
-
Ah! Inteligência masculina!!!

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Ops! Susto? Surf?

De uma forma bem diferente, Tetê fez o homem do elevador chegar ao fundo do poço... todo elevador tem um, não? Ele não chegou a decepcionar, parou num estágio muito anterior a uma decepção. Na boa? Ele não subiu um só andar desde o dia em que tomaram um café gelado. Estava bom com ele, mas sem ele estava dando na mesmo. E ele era do tipo que pegava no pé, dá para acreditar? Tetê precisou viajar e ele encrencou porque queria saber com quem ela iria, em que hotel ficaria... imagine Tetê dando esse tipo de satisfação! Tchau, tchau, elevador, Tetê está indo pelas escadas, viu?

E Tetê foi ao Rio por dois dias. Tudo rapidinho, a trabalho mesmo, sem tempo para nada, mas espremendo um pouquinho, deu para a via sacra da Visconde de Pirajá: pelo lado direito até chegar pertinho de Copa, volta pela esquerda até o Leblon, vendo tooooodas as vitrines e comprando coisinhas, coisinhas, coisinhas. Marcou com uma amiga no hotel e chegou atrasada, Marina já estava esperando por ela. Beijinhos, beijinhos, Tetê sobe para largar as dezenas de sacolas com as comprinhas básicas e reencontrar Marina em dois minutinhos no hall do hotel.

Ela entra no apartamento e deixa a porta encostada, joga as sacolas em cima da cama e procura uma escova para arrumar o cabelo, quando ouve um estrondo na porta. Tetê se volta e não acredita no que vê... um enorme pedaço de madeira comprida está atravessada da porta até o frigobar. Enquanto tenta entender o que aquilo significa, outro estrondo e outro objeto cai em cima do pedaço de madeira. Um objeto com cabelos compridos e loiros, uma pele bronzeada e uns olhos azuis de gritar!!! Os olhos olharam para ela e riram. E ela sentou no chão no chão na frente dele, assustada e sem saber o que fazer.

Foi o seguinte: o surfista (hum...) estava hospedado no mesmo andar. O apartamento de Tetê ficava ao lado do elevador. Ele passou a tarde dormindo e para aproveitar a praia no restinho do dia, saiu correndo, carregando a prancha. Se embolou todo no corredor e ao invés de entrar no elevador, caiu no apartamento dela que estava com a porta entreaberta.

Bem. Já que estavam os dois ali no chão, ao lado do frigobar, abriram uma cerveja para relaxar. Tetê lembrou da Marina, ligou para a recepção e pediu para a amiga subir. Ela também sentou no chão e os três ficaram horas conversando. A cervejinha acabou, tomaram uísque. Uísque acabou, saíram e, lógico, acabaram na Pizzaria Guanabara. Marina foi embora. Tetê e o surfista viram o dia nascer, andando até o Arpoador, pela beirinha do mar. Falaram, falaram, falaram. Tinham a impressão de que contaram um para o outro, suas vidas inteiras. Ele era carioca, mas estava desde 2005 trabalhando em Belo Horizonte. Sempre que podia dava uma fugida para aquele hotelzinho no Leblon para surfar e matar as saudades da cidade maravilhosa.

O sol já estava bem alto na pedra do Arpoador. Ele de bermuda e camiseta. Tetê com um vestidinho de seda com franjas de miçangas na barra. Tomaram café num boteco, voltaram para o hotel e trocaram telefones. Ela tinha uma última reunião pela manhã e voltava para Curitiba logo após o almoço.

Já no avião, ela pensou que ele era um homem que poderia, vez ou outra, freqüentar a casa dela... mesmo porque ele morava longe... e um surfista... bem, um surfista é um surfista. Não pega no pé, tem uma outra cabeça, outros interesses. Aliás, ele tem uma cabeça linda. Cabelos lindos. Olhos lindos. Corpo lindo...

E um surfista de verdade deixa recados na secretária do celular dela, que ela houve enquanto aguarda as bagagens na esteira do aeroporto. Um surfista de verdade diz que tem saudades e que não parou de pensar nela desde o café da manhã no boteco...

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Tempo, tempo, tempo, tempo.....

O tempo passou! Passou Natal, passou Réveillon. Passou dia, passou outro dia. Tetê voltou ao Ile de France e ao Old West sozinha algumas vezes. Estava completamente avessa a companhia, com uma tolerância para agüentar pessoas por, no máximo, uma hora. Ela não queria explicar (ou não sabia) o que estava acontecendo, mas deixava escapar que uma mudança enorme estava começando a se armar. E foi assim, quietinha, que arquitetou uma nova vida em menos de dois meses.

Em primeiro lugar, mudou o escritório de lugar. Saiu de uma charmosa casa antiga no centro histórico da cidade e escolheu a dedo um conjunto de três salas num moderno centro empresarial. Montou uma nova empresa, numa área de atuação completamente diferente e agora administra dois empreendimentos ao mesmo tempo, com o maior pique. Acha uma delícia chegar ao novo endereço e ter múltiplos elevadores com ascensoristas, porteiros, zeladores e garagistas que a cumprimentam pelo nome e são extremamente gentis. Trocou de secretária.

Deu um novo corte no cabelo e deixou-o um tonzinho mais claro. Lógico, mudou o cabeleireiro também. Voltou a usar as saias justas com blaser, que havia largado no fundo do armário quando começou a priorizar os jeans. E na sexta-feira passada, perto das 8 da noite, se sentiu enjoada. Um enjôo enorme, uma dor de cabeça irritante, um mal estar absurdo que persistiu no sábado e no domingo. E na segunda, quando acordou, notou uma outra mudança significativa: tinha parado de fumar! Tetê, nos últimos tempos, estava fumando três carteiras de cigarro por dia, e parou assim, sem sentir, de repente.

Lógico que rolou aquela limpa de final de ano nos armários, com sacolas de roupas saindo e outras tantas entrando. Sacolas de sapatos saindo, sacolas entrando. Sacolas de colares e pulseiras saindo, sacolas...

Beto também entrou na roda. Também trocou o corte de cabelo e está absolutamente verão, pelo curtinho, todo fresquinho. Sob protestos, também largou brinquedinhos antigos para trocar por novos. E começou a comer ração para adultos, além de já ganhar quatro cenouras baby por dia e dois graaaaandes pedaços de mamão com beterraba antes de dormir.

E as mudanças não pararam por aí... Tetê também trocou de afetos. Quer dizer, jogou fora afetos, planejamentos e idéias pré-concebidas sobre afetos. Havia gente à beça ao seu redor, mas ela não se sentia muito acompanhada, não. E já estava diminuindo todas as suas expectativas com relação às pessoas. Então, aproveitando a limpezas e sacolas que se jogam fora... lá se vão pessoas insossas pelo ralo!

Tetê conheceu um homem incrível no meio de todo esse furacão. No elevador do escritório novo! Vizinhos! O elevador estava cheio e eles estavam bem juntinhos. Tetê pisou no pé dele, pediu desculpas. Quando ele saiu, a abotoadura engatou na bolsa de Tetê. Ele disse que era vingança por ter tido o pé perfurado pelo salto agulha dela. Ela disse que chamaria os seguranças pois a abotoadura dele estava roubando a bolsa dela. Os dois riram e foram tomar um café gelado. E desde então, eles saem juntos e se divertem.

Todo mundo achando que está tudo igual??? Pois não está! Tetê nunca deixou ele chegar perto do elevador da casa dela! Ela freqüenta a casa dele. Pode ser passageiro, pode ser aquele tipo de decisão que se toma ao começar o ano e depois a gente relaxa... mas pelo menos por enquanto, pisar na casa de Tetê está fora de cogitação.

Todo e qualquer candidato a homem daqui para frente, será tratado por Tetê como ela já foi tratada por um: ela vai usar, vai aproveitar tudo de bom que eles tem para oferecer, depois vai enjoar e não vai querer mais. Do jeitinho que foi com o cigarro, que era bom demais e de um dia para o outro, deixou de ser. Como qualquer sacola de roupas usadas que ela joga e substitui por outras. Ela não quer mais dividir nada seu com ninguém. Nem casa, nem lençóis, nem café da manhã, nem toalhas felpudas. Muito menos o Beto! Também não tem vontade de se encantar, de sonhar, de querer bem, de agradar. Quem foi que determinou que as mulheres não podem fazer isso? Ela está fazendo, e está sendo muitíssimo bem tratada pelo cara do elevador. Se bem que... já está com vontade de chamar a manutenção para substituir algumas peças... Bem, tudo é uma questãozinha básica de tempo, não?