sábado, abril 05, 2008

Mudaram as estações. Nada mudou.

Mas Tetê sabe que alguma coisa aconteceu. Tá tudo assim, tão diferente... Mesmo com tantos motivos, pra deixar tudo como está: nem desistir, nem tentar, agora tanto faz... Tetê está indo de volta pra casa.

Se existe uma pessoa com quem Tetê gostaria de conversar agora, seria "Renato Russo"...

Se existe uma palavra que Tetê conseguiria usar com excelência agora, seria "Inefável"...

O vinho de quinta-feira com o Pavão Misterioso não foi um vinho, foi uma R.A.V. (Retomada Avassaladora de Vida). Primeiro a surpresa: ele está exatamente igual ao que Tetê lembrava! Da década de 70 para cá, ele ainda conseguiu melhorar com alguns fios grisalhos extremely charming. The Grey Power!!!

Passada a excitação que a ansiedade gerou durante os dias de espera pelo reencontro, Tetê reencontrou uma serenidade que já não acreditava existir. Ele trouxe uma mala enorme, repleta de truques e mágicas: lembranças, decência, lealdade, carinho, penas de pavão, cumplicidade, estrelinhas, conchas, gentilezas, pipoca, chocolate, delicadezas, roupa de baile, dignidade, músicas, lenços de seda, preciosas filigranas com fios de ouro e prata, nuvens, honestidade, segurança, charme, saudades. Confiança.

Ele colocou a mala no centro da sala dela. Ela não pensa em tirar a mala do centro da sala.

Ele trouxe o passaporte lotadinho de carimbos. Ela pensa na segunda, terceira e quarta via de novos passaportes lotadinhos de carimbos.

Ele trouxe um rio de doces palavras. Ela pensa em um mar de poesias.

Ele trouxe um livro do passado. Ela pensa numa biblioteca do futuro.

Ele chegou. Ela chegou.

E eles se lembram quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre. E sabem que nada vai conseguir mudar o que ficou.

4 comentários:

Anônimo disse...

Lindo!
E quem é, afinal, o Pavão Misterioso???
Beijos

Anônimo disse...

Ai, ai, ai... conta logo! Bota na roda! Ele tem irmãos sobrando?
Tem fila?

Anônimo disse...

Realmente Tete, todas as mulheres passam pelas mesmas coisas, umas mais ousadas outras mais ... reservadas, mas no fundo somos todas pesonagens de uma peça de teatro, onde só mudam os atores.
Ahhh tive que rir quando vc pede para o cavalheiro retirar o corpo morto na sua cozinha. Essa foi demais!!!!

Tetê disse...

Para as peruas de plantão, comunicado expresso: esse pavão eu não coloco na roda, não... Gente! Vocês tem idéia do trabalho que dá conseguir um??? Tô guardando a sete chaves. E enroladinho com o feltro da última sandalinha Victor Hugo! Só pra garantir, né?

E para a outra perua (calculo que vocês sejam moçoilas... mania de escrever como "anônimo" gente!!!), eu não ri nem um pouquinho daquele pobre cadáver na minha pia... não sei se tive mais pena do franguinho ou daquele homem indo embora apavorado... eu eu ficando sem os dois!!!

Beijíssimos