quarta-feira, março 26, 2008

Uma pena cor-de-rosa e uma sombra charmosa no fim do túnel...

Viagem de verdade para Tetê tem que ser primeira classe e cinco estrelas. A única coisa capaz de afastá-la disso é a tal Ilha do Mel. Ela ia para a Ilha desde pequena com o pai, e aprendeu o valor de uma temporada de praia que não fosse Ipanema.

Apesar de ter problemas com o excesso de bagagem (uma mala sempre foi destinada aos livros, cremes hidratantes, protetores, frascos intermináveis, loções, poções, pilhas, lanternas, cadernos e canetas e outra mala para biquínis, lenços franceses – kangas de Bali... nunca!!! – chapéus, sandálias e outras milhares de coisas que ela nunca usava, mas sempre levava), Tetê se sentia bem naquele ambiente rústico e naquela pousada absolutamente sem glamour.

Ela não chegava a levar seu inseparável laptop, mas o celular era item obrigatório. Na pousada, o celular não dava sinais de vida e ela precisava andar 5 quilômetros para que aquele pequeno Dolce & Gabbana com sua capa de strass reencontrasse a funcionalidade. Nestas ocasiões, sentava na areia e respondia a todos os recados, educadamente.

Tetê acordava de madrugada, tomava um café reforçado e saia para andar. Andava. Andava. Andava. Andava horas seguidas por praias absolutamente desertas, munida de um aparelho de mp3, fone de ouvido e de um gás paralisante (nunca se sabe!). E relaxava. Procurava não pensar nos negócios nem nos problemas, mas como era uma pessoa que sempre tinha objetivos claros, mesmo no mais simples ato de andar, ela precisava de um norte. E seu maior objetivo nessas andanças era encontrar a pena cor-de-rosa. Nem adianta confundir com o pássaro azul de Maurice Maeterlinck: eram penas rosas mesmo! Ela as achava num determinado ponto da Ilha, e a cada temporada, aumentava em 15 ou 20 peninhas sua deliciosa coleção.

Desta vez tudo foi diferente. Tetê passou uma semana na ilha, mas só retornou UMA das dezenas de ligações de sua caixa postal, e ficou horas pendurada com o interlocutor, depois de andar os tais 5 quilômetros. E só achou duas peninhas rosas: uma guardou para a coleção e a outra... resolveu trazer de presente... para o destinatário da única ligação telefônica...

A coisa toda começou assim: na época em que conheceu o ser esquisito, Tetê conheceu também um outro homem. Ele era uma pessoa singular. Charmoso. Também com cabelos compridos, mais compridos até que os do ser esquisito. Só usava roupas pretas. Uma sombra... paradoxalmente, um lado iluminadíssimo de uma sombra.... famoso.... inteligente... sensível... sedutor... discreto... elegante... misterioso... bem humorado... acessível...

Obviamente que, durante muito tempo, Tetê se perguntou porque tinha escolhido o ser esquisito, em detrimento desta sombra iluminada... que agora, sem mais nem menos, estava retornando para um campo cheio de luz, bem ao alcance de seus olhos...

Ih... será, Tetê???

2 comentários:

Anônimo disse...

Legal você responder na outra postagem. Ando me sentindo como você, queria conversar. Você pode me dar seu e-mail?
Beijo, obrigada!

Tetê disse...

Oi! Lógico que sim, anota aí:
almanaquedatete@gmail.com
Aguardo seu contato.
Beijos